Compositor: Marlon Chagas Santos
Havia risadas em manhãs vagarosas
Uma Brisa em copos transbordando calma
Em cada gesto morava a leveza
E o tempo corria destemido e despreocupado
Ali, onde os cacos do dia
Tornava-se fulgor através de conversas
Um rapaz, radiante e perdido em calmaria
Brindava ao silêncio da pressa
No então corrompido
Refúgio de almas cansadas
A pureza maculada pelo ato
Que nem mesmo Judas foi capaz
Eu quero sua alma no tridente do demônio
Enquanto o inesperado trovão rugia
A voz dele, agora moldada em lâminas
Rompia o véu do profano e o sagrado
Mas entre o riso de um ouro gasto
Há sempre um fio que corta em segredo
Palavras envoltas de ternura
Intrinsecamente abrigam espinhos
E no cume de uma traição
A doçura se fez tempestade
Onde um dia houve ternura
Agora jaz brasa viva, soberba e calorosa
Calmamente chamavam-no pelo nome
Mas ensandecido, ele não mais respondia por ele
E os mais fiéis, que poderiam intervir
Deixados de lado, separados como triviais
Eu quero sua alma no tridente do demônio
Enquanto o inesperado trovão rugia
A voz dele, agora moldada em lâminas
Rompia o véu do profano e o sagrado
Não houve apelo que o alcançasse
Ou quem tocassem seu cerne
Ele era a fúria em flor carmesim
Impiedoso e sem alento
E naquele refúgio de almas cansadas
O inesperado trovão ressoou
Ele, que teve a voz ignorada
Empalou seu inimigo e calou a todos