Compositor: Marlon Chagas Santos
Você costumava dizer para eu abrir meus olhos
Ela é um peso, e vai te afundar
Você me alertou como um profeta faz
Com a voz de um irmão e um franzir preocupado
Me abraçou como se fôssemos sangue
Discursou sobre liberdade, verdade e luz
Mas eu estava cego e me deixei levar
Achando que suas palavras estariam sempre certas
Mas não foi você quem me fez partir
Demorei de acordar, mas fui embora
O que eu não vi ou nem ousava acreditar
Foi na faca por trás de cada respiração sua
Você segurou minha âncora
Só para jogá-la no mar
Pagou de santo
E então beijou os lábios que você julgou doença
Falsas explicações e sem cara à cara
Como se traição não deixasse rastro
Você tomou pra si o que você jurou que me destruiria
Você era a âncora e a lâmina, escondidas sob a graça
Agora entendo que o silêncio grita muito mais
E que a amizade pode muito bem se mascarar
Você me alertou tal como um leal amigo
Enquanto traçava o caminho que você planejava seguir
Aquilo era inveja sob falso pretexto?
Ou necessidade de controle?
Tentei compreender os motivos ali
Mas pessoas como você simplesmente cortam e vão embora
Eu não desejo para você o que vivi
Mas pode sua consciência nunca descansar
Quem ataca pelas costas
Nunca dorme um sono profundo
Você segurou minha âncora
Só para jogá-la no mar
Pagou de santo
E então beijou os lábios que você julgou doença
Nem mesmo um lamento ou um cara a cara
Como se traição não deixasse rastro
Você tomou pra si o que você jurou que me destruiria
Você era a âncora e a lâmina
Agora eu caminho sem ambos
E carrego essa lição com orgulho
Nem todo amigo é abrigo
Nem todo sinal de alerta é alto