Compositor: Marlon Chagas Santos
A fumaça ainda gruda em cada respirar
Um hino silencioso em tons de morte
(O fogo disse o que eu não pude)
Queimou meu nome, mas plantou uma reflexão
Cinzas! Sussurram sob a chuva
Fantasmas de um juramento que não consigo explicar
A chama foi cruel, ainda assim libertou
A parte de mim que não puderam sangrar
Eu vi tudo se dissolver em vermelho
As palavras não ditas, as lágrimas que verti
Mas o silêncio cresce do que se encerra
E eu ainda ouço o lamento do fogo
Não choro pelo que foi perdido
Os ecos falam em fogo e gelo
Um réquiem por quem fui
Uma voz desvanecendo
Sob o pó
Acenderam as chamas para me matar
Mas eu me tornei o clamor da pira
O mundo seguiu em frente fechando os olhos
No entanto brasas cantam onde jaz a ruína
Enterrei a esperança, queimei arrependimentos
Mas certas despedidas ainda perduram
Nenhum altar restou, nenhum pranto veio
Mas as cinzas ainda lembram meu nome
O vento repete o que não se extingue
O último suspiro do fogo
Eu não anseio pelo que foi meu
A pira purificou, mas deixou um sinal
Um nome renascido em chama e perda
Uma coroa não reclamada, um coração desabitado
O mundo esqueceu como peguei fogo
Mas eu ainda canto habitando a pira