Compositor: Marlon Chagas Santos
Sem trono, sem voz, sem guerra a vencer
Só poeira e sussurros sobre minha pele
Cravaram suas verdades através do meu nome
E me deixaram aqui com toda a culpa
Usam minha coroa e roubam minha canção
Supondo que eu sempre estive errada
Mas o silêncio afia cada cicatriz
E apenas a quietude te conhece de verdade
Eu durmo sob a memória deles
Uma sombra que se recusam a ver
E mesmo nesse silêncio, eu ainda permaneço
Um fantasma sob a corrente inerte
Eu governo um reino que ninguém encontra
Onde ecos usam uma coroa silenciosa
Sem o chamar das trombetas, ou o brilhar das tochas
Só a quietude pesa sobre mim
Mas mesmo nesse domínio gélido
Uma centelha desafia o reinado silencioso
As estrelas não falam, o vento não pranteia
Deixaram minha alma nua, mas intacta
Ainda assim, algo se agita sob a geada
Um nome que temiam, um fogo que perderam
Eu respiro por trás do véu de ferro
Uma prece sob a fome pálida
Me enterraram em culpa e correntes
Mas ainda carrego este reinado sem voz
Eu governo um reino que ninguém pode clamar
Onde sombras se ajoelham, mas eu não me curvo
Que o silêncio use sua coroa de vergonha
Eu vou me erguer mas não por hora
Deixe-os esquecer o que me foi feito
Eu encerrarei este reinado em chamas